alis volat propriis


É terça-feira, faz 16ºC, eu uso o mesmo casaco de 7 anos atrás, escuto John Mayer e estou com a página de 'Uma nova postagem' aberta e isso me dá fragmentos de felicidade. É como se realmente eu tivesse voltado no tempo, pelo ano de 2013, e estivesse nos meus 16 anos com as mil possibilidades que me tinham a frente. 

Esses fragmentos de felicidade se dissipam e eu volto a realidade dos meus 23 anos, confusos, intensos e cheios de ressignificação. Voltar a escrever é uma das saídas para os milhares de pensamentos que passam na minha cabeça. Me pego as vezes pensando no que perdi durante esse tempo, mas também me relembro de tudo que ganhei e que não estaria aqui se não fosse o que passou. Mas também me pergunto, onde estaria eu agora se tivesse virado em algumas curvas lá atrás, se não tivesse me conformado com algumas coisas, se tivesse ouvido a mim mesma com 16 anos e não decepcionado meu espírito livre e intenso. 

Hoje o choro é confuso e quase me falta coragem para olhar para trás e tentar analisar o que foi que aconteceu comigo. Eu que queria viver tanto, que tinha alma solta e desejos gigantes vejo que paralisei e hoje sinto medo de não me mover rápido o suficiente para viver a vida que quero. 

Meu coração pulsa rápido, quase pulando pela garganta quando penso no tempo que perdi. Coitado. Doeu demais perceber que perdi tanta coisa. Hoje quero me perdoar pelo que passou e prometer que nunca mais vou deixar meu desejo de viver até me esgotar, ser calado. E que aos poucos, mas espero que não muito, eu vou recuperando cada plano que deixei adormecer. 

Eu sonho com a minha carreira decolando, com meu corpo bacana que falo desde os 16, com a minha vida na correria, com o meu apartamento, minha rotina e eu sendo meu próprio orgulho. Eu tenho que engolir a dor de pensar que perdi tempo, para então poder construir o que sempre sonhei. As vezes, me pergunto o que é que vem pela frente? 
O que é que a Pe, mais firme, mais forte e mais decidida vai ter que enfrentar para levar a diante esse desejo de ser livre, independente e dona de si. 

Aí eu lembro, que eu não tenho mais medo. Que a dor de se perder, dói mais do que qualquer outra e eu não quero mais passar por isso. 
Que as vezes a gente sangra mesmo, mas depois uma pele nova vem e tudo fica bem. E eu estou pronta pra isso, para me desafazer de padrões de que tentei me encaixar, de pessoas que tentei agradar, de planos que tentei fazer caber na minha vida e de tudo que me trava o sonho de ser livre. 

Se um dia fui presa, me peço desculpas. Minha essência é liberdade. É só eu por mim mesma. Todo dia me faço o favor de me lembrar disso! 
Prometo pra mim, que seremos muito, sinto ardendo no coração a vontade de realizar meus sonhos, tô curiosa para saber o que vem pela frente, o verdadeiro futuro que sempre desejei.. aquele em que vivo através da coragem de viver por inteiro. 

Pê, prometo não te decepcionar dessa vez. Você é e sempre será minha prioridade. 

eu juroo








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