E eu me encontrei novamente aqui, deitada em teu peito como se fosse a coisa mais normal que já me aconteceu. Vi seus olhos brilharem, tão intensos e claros que tive vontade de gritar o quanto gostava disso. O quanto amava teus olhos me fitando, teu nariz tão bem formado e tua barba por fazer. Mas antes que eu pudesse fazer algo, me peguei sentindo o hálito fresco misturado com álcool tão perto do meu rosto que se eu ou você nos inclinássemos, acabaríamos nos beijando. E não sei se foi você ou se foi eu que se inclinou ou se foi os dois, mas quando vi já estava sentindo o calor da sua boca na minha, senti suas mãos deslizarem pelas minhas costas até a cintura me puxando mais perto com uma forma de desejo absurda e ao mesmo tempo, pura proteção. Podia ouvir sua respiração e sentir suas mãos cada vez mais firmes por mim. Pudi sentir os choques de desejo que passavam pelo meu físico, necessitei cada pedaço do teu corpo. Senti tuas mãos deslizarem entre minha cintura e coxa, me puxando ainda mais pra perto de teu corpo em uma vontade de me tomar pra ti. Quanta saudades eu senti desse teu jeito. Já tinha perdido a noção de quanto tempo eu estava em ti e vice-versa, mas desejei que não cessasse nem que o mundo estivesse desabando. Estava sentindo o que meu corpo exigia a semanas, tua barba por fazer, tuas mãos a me levantar e me virar o corpo, o cheiro do teu cabelo. Tudo isso me deu uma nostalgia dos anos em que vivemos juntos. Queria cada gota que pudesse extrair da sua boca, e torcia para que não se desprendesse de mim, que não deixasse de me apertar cada vez mais forte contra o teu peito, me fazendo arder de felicidade e desejo. Mas em um ato involuntário dei um pulo e me soltei, mesmo que meu corpo gritasse por mais um pouco do seu calor ou por muito mais do que só os seus beijos. Repensei em segundos o que estávamos fazendo, e por mais que quisesse passar o resto dos dias envolvida em ti, me lembrei do que acontece depois, de acordar de manhã e sentir o vazio do outro lado do colchão e a ausência do teu corpo. Esperando até a próxima visita inesperada que tu quiseres me fazer. Desisti disso e pensei em mim. E por mais que me doeu na hora te ver partindo enquanto te mandava embora, sabia que não ia doer mais do que te ver partindo enquanto eu te pedia pra ficar.
16.11.12